quinta-feira, 10 de novembro de 2011


O nosso amor não é possível. Todas estas coisas são já indignas de nós. Até ontem, a nossa desculpa estava na boa-fé e seguridade de nossas consciências. Tudo isso acabou. Para nós já não há senão a sepultura dum claustro. As resoluções que tomamos são a única possível; e já não há que voltar atrás…



segunda-feira, 7 de novembro de 2011














Mas as tuas palavras misteriosas, as tuas alusões frequentes a esse desgraçado rei D. Sebastião, que o seu mais desgraçado povo ainda não quis acreditar que morresse, esses contínuos agouros em que andas sempre, de uma desgraça que está iminente sobre a nossa família… não vês que estás excitando com tudo isso a curiosidade daquela criança, aguçando-lhe o espírito — já tão perspicaz! — a imaginar, a descobrir… quem sabe se a acreditar nessa prodigiosa desgraça, em que tu mesmo… tu mesmo… não crês, mas achas não sei que doloroso prazer em ter sempre viva e suspensa essa dúvida fatal.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Esqueçam a justiça divina, esqueçam a crença no progresso e nas pessoas, esqueçam. Há de facto muito pouca gente que vale a pena. E nós temos que nos entregar à evidência de que temos de continuar a disparar, sim, temos de continuar a acreditar e temos de nos levantar cada vez mais depressa e mais vezes de cada vez que sabemos que nos vamos estatelar sozinhos lá em baixo depois de termos falhado o nosso alvo. Eu tenho de continuar, não posso continuar, mas vou continuar. Como se fosse um acto de fé, ou então, às vezes... um auto de fé...